terça-feira, 29 de novembro de 2011
Assassinando índios e os expulsando de sua terra
Binho abordou no sarau ontem a causa revoltante do que ta acontecendo no Mato Grosso do sul, pistoleiros assassinos matando índios e os expulsando de sua própria terra
URGENTE: No mesmo momento em que se realiza em Dourados uma reunião entre representantes da Presidência da República, o movimento indígena, PF, MPF e Funai, as lideranças recebem informação de que está em curso mais um ataque de pistoleiros aos indígenas da área de Pyelito, entre Iguatemi e Tacuru-MS. Ontem, fazendeiros da região e o prefeito da cidade tentaram intimidar as lideranças que acompanhavam a comitiva da Presidência em visita ao grupo, fazendo ameaças como "“Vamos queimar esses ônibus com índios! Índios vagabundos! Ficam invadindo fazendas”.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Entrevista com Indião das bandas Condutoresde Cadáver e Hino Mortal
1) Vamos começar com suas principais lembranças do show que você fez com a N.A.I. E qual importância que você vê naquela apresentação para o movimento punk?
Recordo que estávamos ensaiando na casa do Callegari, e o Nelsinho e os Hélios falaram de fazer um som na escola onde o pessoal da Carolina estudava. Assim foi organizado a NAI, com Hélio no baixo, Callegari na guitarra, Nelsinho teco teco na bateria, e eu nos vocais. O som para muitos foi uma desgraça total, mas na verdade foi uma grande apresentação, pois podemos fazer a anarquia acontecer dentro do sistema educacional, dali foi um passo para criar o alicerce que estruturamos, hoje chamam de punk rock nacional, internacional, na verdade nem era punk, era pra punk, o pessoal que nos fez acreditar que poderíamos ser punks, inclusive o Fábio Casola, Remão, Clemente, Marcelino, Ariel, Douglas, Carlinhos, Barão, Almir (Jotalhão), Mãozinha, Borboleta, Magrão, Zebra, Zebrinha, Coquinha, e tantos outros que estiveram neste princípio, devemos muitos agradecimentos, e pelos que já partiram e foram leais aos princípios musicais revolucionários.
2) E as aparelhagens dos sons, como vocês faziam? Como foi o outro lendário som que rolou na PUC?
O japonês Kaazuo levantou vários sons, inclusive o SESC Pompéia. Kaazuo, um japonês que tinha uma banda chamava-se Vermes, tocavam covers de Stooges e MC5, fez o som na gruta e em vários outros locais, inclusive a aparelhagens dele foi para a PUC e fez o festival Começo do Fim do Mundo com Antônio Bivar, Callegari, Meire, etc. O som dos condutores na PUC, todos endoidaram, até a polícia saiu de lá torta. Em 1.979 estava de moicano espetado, como os hardcore de hoje, o reitor amou o que foi feito, destruímos o salão beta.
3) Rolou alguma treta física?
Briga eu não me lembro de nenhuma, só quando passava o delírio total poderíamos falar que chegamos a brigar, pois quando chegava em casa nem lembrava que tinha ido em algum local por alguns dias.
4) Nos fale sobre o começo do Hino Mortal, e a reportagem que a Rede Globo fez como vocês na época.
O tempo passou muito rápido, demos um tempo com os Condutores de Cadáver e ai rolou uma nova linha hardcore, o Hino Mortal. Tinha os sons na Paulicéia de São Bernardo, acampávamos nas praças, pegávamos fios dos vizinhos, ligava as aparelhagens e pau no gato. Tocavam várias bandas como Passeatas, Hino Mortal, Desequilíbrio Social (DZK), Abutres, Ulster. O Fantástico veio e fez uma proposta pra fazer uma reportagem falando dos punks do abc. A música de fundo seria “Ave Maria”, mas pena que existia a censura, ai foi “Câncer” mesmo. Teve um som na faculdade de direito também, quando o Hino Mortal tocava era engraçado a cena, um bando de policiais chegaram para saber o que estava acontecendo, os punks corriam em volta do palco e os policiais atrás e o Hino cantava “Pare é a Policia”.
5) Nos conte a história do fumo queimado na bíblia?
O nosso guitarrista apareceu com uma bíblia, sei lá de onde ele tirou aquele precioso livro com páginas macias, e apropriadas. O pessoal que fumava, fumou algumas páginas do santo livro, e nós gargalhávamos, com isso seria ate interessante chapar o livro de Paulo, inclusive cantarolávamos uma musiquinha que dizia, vamos acabar com a escola de Pedro de Paulo ou de Saulo.
6) Ainda sobre a década de 80, quais as principais diferenças que existiam entre o movimento em São Paulo e o movimento no ABC?
A única diferença que existia dos punks do abc, e da cidade, era de localidade, um do subúrbio geral, outro da grande metrópole, pois punk é punk em qualquer parte do mundo, sem discriminação de onde foi ou seria. No tocante ter recursos São Paulo tinha maiores, pois tinham suas lojas, mas a força, o vigor de luta, todos eram idênticos, fugitivos do sistema.
7) Quais as principais diferenças que você nota entre o movimento em São Paulo e no Rio Grande do Sul?
São Paulo ainda se concentra a maior força do país, onde acontece de tudo, o sul é mais tranquilo em termos, onde se trabalha mais dentro do equilíbrio, pois tem sindicatos anarquistas atuantes, punks totalmente anarquistas, mas como todos, com condições especiais e deficiência visual do futuro caos.
8) E a história do punk que cagou na viatura?
Um louco que andava com as calças sem bolsos e sem calção, só pra tomar geral, certa vez foi engraçado, tomamos uma geral ele foi o primeiro a ser revistado o policial pegou nas partes íntimas do sexo e fez um grande alarido com a presença da mão no pênis do garoto, bateu em todo mundo e vamos pra delegacia, ao entrar no camburão, ele inicio a seção de peidos, e falou "da pra parar a viatura, que eu quero soltar um barrão" os policiais não acreditaram, ele soltou dentro da viatura mesmo, os policiais quando chegaram no distrito, falaram, "vai limpar", ele passou a mão nas fezes e disse para um deles esticando braço "tudo bem com o senhor?"
9) Obrigado pela atenção Indião! Deixe uma mensagem para os leitores do blog Sub Punk, grande abraço.
Nosso futuro já esta decidido, caminhamos para o linear de uma grande reforma, abraçamos uma causa e ela vem germinando para mim desde 1968. Tudo e todos que cruzaram meu caminho foram bem vindos, e todos que vierem a cruzar também serão, propus a acreditar que somos uma sociedade livre, mentes e corpos sem construir sólidas placas, mas maleáveis para destruir qualquer organização que venha ferir os direitos sociais da humanidade, essa causa lutamos com convicção, salve todos anarquista do planeta terra.
Entrevista com o lendário Falcão, das bandas Excomungados e Antropófogos
1) É um enorme prazer fazer esta entrevista com você Falcão! Nos conte sobre como começou a banda Excomungados e como foi a primeira apresentação da banda?
Olá Fábio, obrigado pela oportunidade. A formação dos Excomungados foi o resultado do encontro de estudantes moradores do Crusp, que de certa forma se sentiam excluídos do mundo acadêmico burguês que predomina na USP. Encontramos no punk rock, a maneira mais crua de expressar nossa rebeldia contra a hipocrisia da sociedade dinheirista da época, que apoiada no autoritarismo militar sufocava os jovens de baixa renda. Ao contrário da maiorias das bandas de punk rock de São Paulo, nós não éramos mais teen-agers. Tínhamos todos mais de vinte anos mas ainda com a velha pegada adolescente, aliada a uma dose certa de esquerdismo anárquico. Em maio de 1982, durante a guerra das Malvinas e após seguidas reuniões ouvindo Sex Pistols, eu, o Marcos , o Xinez e o Mineiro resolvemos formar uma banda de rock. Acontece que não tinhamos instrumentos e nem sabíamos tocar. Neste ano aconteceu o festival ‘O começo do fim do mundo’, e a partir daí, a banda que ainda não tinha nome, passou a ser de punk rock. Emprestei uma guitarra velha, e um ampli 40 watts de meu irmão, o Xinez comprou uma guitar stratosonic, e o Marcos tocava bateria numas cadeiras de metal. Eu queria ser guitarrista, mas ninguém queria fazer vocal. Fizemos um sorteio e o microfone veio para mim. Na verdade não era microfone, e sim um vidro de maionese vazio. O nome Excomungados foi sugerido pelo Marcos. Depois de um ano ensaiando, apareceu o Poeta com um baixo de verdade, e a banda ficou completa para a primeira apresentação, que foi na festa de aniversário da Ana das Mercenárias, na sala 51 das Colméias do Crusp, com a presença de bandas como Ratos de Porão, Inocentes, TFP e Psicose. Nós abrimos, e pela primeira vez fiz vocal em um microfone de verdade. A apresentação foi muito boa, causamos impacto, e pena que tocamos só quatro músicas. Depois juntaram-se a banda o Marquinho, que já tinha formação musical, o Dimas e o Daguia, que eram punks funcionários do bandejão do Crusp, e também eram da banda Dotores do Subúrbio, de Carapicuiba.
2) Com o lance das tretas entre as gangues e grupos de áreas diferentes, como os Excomungados conseguiram se manter? Em que lugares vocês costumavam tocar, e qual o motivo de recusar convites de shows durante o período de 84 até 91?
No início agente tocava nas faculdades da Usp, onde o público de estudantes nos via com um misto de desdém e incredulidade, o público ficava chocado, tocávamos nas greves dos funcionários ou onde dava, onde hoje é o Cinusp, era uma sala abandonada ampla e toda pintada de negro, lá fundamos o Túmulo do Rock, local em que realizamos vários encontros sonoros com outras bandas de São Paulo. A partir daí começamos a receber convites para tocar nos bairros da periferia, zonas leste, oeste, norte e sul, centro e íamos em todos os lugares. Nos mantínhamos longe das tretas pois nossas posições anarquistas não concordavam com a desunião do movimento, apoiávamos vários movimentos sociais. Não recusávamos convites neste período, pelo contrário este foi o período que mais tocamos, o que ocorreu é que a partir de 85 os carecas partiram para atitudes extremadas, que só tumultuavam as gigs, por isso começamos a selecionar os locais onde prevalecia a anarquia.
3) E quais as principais lembranças da tentativa de união entre punks e carecas que foi chamado de OI/HC? Você acha que foi válido?
Toda tentativa de união é válida, só que tem um porém a OI music que é uma fusão do punk rock com ska, e no mundo inteiro está vinculada com as classes operárias, aqui no Brasil, ficou muito marcada por ter sido adotada por facções de extrema direita. No início punks e carecas só se distinguiam pelo visual, mais tarde o confronto entre direita e esquerda ficou inevitável, a música passou para segundo plano. O conteúdo das letras foi esquecido, dando lugar a confornto de estilos, ao ponto de bandas não terem mais onde tocar com o risco de não agradar a gregos e troianos.
4) Quando surgiu os Antropófogos? Quais principais lembranças dos show do festival o Fim do Mundo e de quando vocês abriram o show do Riistetyt?
A formação original dos Excomungados acabou: em 91 o Marcos viajou para a Europa, onde foi levar vida de operário, e ficamos sem baterista; logo depois, foi a vez do Mineiro sair da banda, por que mudou de cidade; o Marquinho passou a levar a sério seu curso de arquitetura, e teve que se ausentar também. Eu o xinez ainda tentamos segurar a bagaça colocando outros músicos, mas nao deu pra segurar como antes. Em 95 num som na historia com bandas como Nifis Ácratas e Suco Gástrico, os Oxcomungados fizeram uma apresentação drástica inclusive com a guitarra desligada. Aquilo pra mim foi o fim. Fiquei de saco cheio e dei um tempo, até que em 99 voltei a fazer som com um grupo de amigos que faziam "free music" em volta das fogueiras do Crusp, até chegar na formação dos Antropófogos em 2001: com Marcelino na bateria, Ricardo Mola no baixo, Thiago na guitarra, Rodriguinho na guitarra solo, e eu na gaita e vocal, recuperamos a voracidade da batida punk aliada a outros sons ácidos. Tivemos um período fulminante em dois anos até chegarmos no Festival "Fim do Mundo" em 2.002. Gravamos um cd bem tosco chamado Onívoros do Mokén da Geral, onde tocamos músicas novas, e antigas composições do tempo dos Excomungados.
O Festival do "Fim do Mundo" pra mim foi a utopia do punk rock de São Paulo, com 64 bandas tocando no Tendal da Lapa durante uma semana, sem nenhuma treta.
Sobre o Riistetyt, eles que abriram pra nós, o Johni através do Alex dos Adolescentes, banda de Carapicuiba, inscreveu os Antropófogos para preencher a ausência de uma banda no dia do som. Nós fomos com todo entusiasmo, mas o som atrasou e a banda riistetyt teve que se apresentar antes da gente. Depois que eles tocaram pedimos para que dessem vinte minutos pra gente tocar. Tocamos mais de uma hora, ninguém ia embora e até os finlandeses ficaram no centro cultural do CDHU de Carapicuiba. Sonzêra, êra punk!
5) O que você acha que nós punks devemos levar de lição com esta tragédia que ocorreu com o Johni?
Não foi tragédia, tragédia foge ao nosso controle. Foi uma emboscada feita por neonazistas, cujas ideias e atitudes visam espalhar o medo entre punks e não punks de toda cidade de São Paulo – e do Brasil também – Johni morreu por não ter medo, ou se tinha, extravasava através de uma atitude da mais pura anarquia. Johni não era mesquinho e nem vingativo, nós devemos nos precaver contra essa corja que adota o fascismo e pratica atos crimonosos. Para isso temos que ir pras ruas, organizar sons, festivais, passeatas e mostrar que somos cidadãos, que embora excluídos e mal vistos pela mídia, somos trabalhadores, desempregados, estudantes, que cultivamos a liberdade e a aceitação da diferença como forma de convíveo. Não somos a escória que eles dizem. Neonazismo é crime, rascismo é crime, discriminação é crime, portanto todas essas facções são criminosas, e se a sociedade civil não puní-las estará sendo conivente.
6) Obrigado pela atenção meu parceiro, é sempre muito bom ter acesso ao que você tem a dizer, força sempre meu irmão. Deixe um recado para os leitores de nosso blog.
Todo primeiro sábado de cada mês, por pelo menos um ano, ou até quando der, estarei fazendo um ato de repúdio ao lamentável, escabroso, horroroso assassinato de Johni e de outros, em pontos diferentes da cidade de São Paulo, façam vocês também qualquer manifestação demonstrando sua indignação pelo estancamento de uma vida, junte-se a nós , punks contra a intolerência!
Para sempre Johni punk,
Johni38,
do amigo Falcão – marfalgalk@gmail.com- .
26/09/2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Programa Grampo MTV, abordando o tema Skinheads.
Entrevista com representantes dos grupos Sharp, Rash, Punks Antifa, e também Carecas e White Power.
http://www.youtube.com/watch?v=bz0OF36kFfE
http://www.youtube.com/watch?v=bz0OF36kFfE
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Entrevista com Paulinho da Phuneral Punk
Entrevista com Paulinho da Phuneral Punk, histórias da zona sul, que não foram exploradas em nenhum documentário, ele até aparece rapidamente no Botinada, mas a visão deste documentário é focada na Zona Norte, com vocês um representante do mov punk da Zona Sul...
1) É um imenso prazer entrevistar você amigo, vamos começar com suas melhores lembranças dos primeiros rolês, onde aconteciam? Com quem? Nos conte também sobre sua aproximação com a Phuneral Punk?
Opa, tudo bem Fábio? O prazer é meu, as lembranças são imensas mas os primeiros contatos foram mesmo em 76, quando nos reuniamos na Zona Sul numa esquina que ficou conhecida como "Morro dos Punks" no Jardim Colonial, onde haviam punks e roqueiros reunidos. Eventos foram vários, mas um evento que jamais esqueço, foi lá mesmo onde estávamos em um som punk em 79, em uma casa de uma amiga, o som era de disco Lp, e no meio da noite o espaço foi invandido por Escovinhas (caras que curtiam funk), saímos todos para fóra da casa, e quando os Escovinhas chegaram ao lado de fóra um amigo nosso da época, o Wagão, olhou pra todos e gritou: " A raça punk vai invadir aí, a raça punk vai invadir, e vocês vão conhecer a Phuneral". Meu, os caras gelara (risos), só no outro dia eu fui entender o porque do Nome, e de todo o significado da intimidação que fez todos ficarem estáticos. Outro evento inesquecível foi na Casa Abandonada, que a Phuneral fez, final dos anos 70, o som punk ecoava pela noite, e a poeira voando do chão, punks batendo jaquetas no meio da sala, correntes amarradas na cintura, e o final da noite acabava em porradas em um individuo que entrou onde não deveria, e folgou com quem não deveria, e assim levava o que merecia (risos). E eu lógo estava sendo apresentado para o pessoal da Phuneral, onde minha adoção levou umas 3 semanas para ser concluída (risos), que foi no final dos anos 70.
2) Quais as principais rinchas entre os períodos de 78 até 84?
Bom, rinchas eram várias, porque cada um tinha sua área e sua gangue, e sempre uma queria ser a mais forte, e mostrar que era a melhor do seu território, mesmo existindo as rivalidades não havia uma guerra declarada entre todas, mas com certeza pra vc ir na área de outra voce teria que ter mesmo "sangue nas veias", porque seria interrogado e colocado à prova. Existia a briga famosa entre o A.B.C e cidade...lógo em meados de 82, existiria a famosa rincha entre os Carecas do Subúrbio e os punks de São Paulo, longas histórias que daria um filme, muitos estão vivos para contar, outros que pegaram a barca andando, e foram de embalo, também não estão aqui para contar, se escolheu o lado errado, ou uma decisão que pesou forte, só posso dizer: lamentável! Poderia ter outros motivos para lutar por uma causa mais seria do que ficar brigando por nada.
3) Conte-nos suas principais lembranças das bandas, e das grandes gigs que acorreram naquele período.
Lembranças da bandas? Meu, da zona sul posso dizer os ensaios da primeira banda que era a Subsídio de 79 para 80 com o fundador amigo nosso que faleceu o Zé Galinha, ou até mesmo a Vírus 27 do também falecido Dí que a fundou, bandas nascidas pela Phuneral. Mas outras históricas entram na memória e ainda existem como a Condutores de Cadáver, Restos de Nada, meu são várias, posso citar a Olho Seco quando explodiu cantando no palco do Teatro Luso na região do Bom Retiro em São Paulo, em 1982 com a musica "Sinto". Momento histórico que jamais esquecerei, como também no mesmo evento, a Polícia invadiu fazendo aquela blitz repressora, onde nem eles esperavam, todos os punks foram para cima deles, e foram obrigados a sacarem os revolveres e intimidando todos novamente, fizeram aquela "pilha de coturnos" no meio do salão , arrancando bóttons, pets e escudos de todos, momento inesquecível nesse dia. Mas voltando ao assunto as bandas, são várias e que também incluí com certeza no meu livro, nomes marcados e jamais esquecidos: NAI, AI-5, Hino Mortal, Desequilíbrio, Guerrilha Urbana, Inocentes, Cólera, Lixo-Mania, M-19, Setembro Negro, Anarcóolatras, Excomungados do meu amigo Sarjeta lembra desta? (risos), Kaos 64 do meu amigo Nivaldo, Mack, Uz Morpheticuz, , Neuróticos, Psykoze, Fogo Cruzado, Juízo Final, Negligentes, Extermínio, Ditadores, Suburbanos, Decadência Social (DZK), Estado De Coma, Ratos de Porão, Ruídos Absurdos, Diabólicas, Dose Brutal,Ulster, Garotos Podres, Passeatas, Submundo, Niilista, Indigentes, Anonimato, Detenção, Inimigos, Desordem, Tropa Maldita, Agressão, Skizitas, Golpe De Estado, Zona- X. (ufa! e outras..risos )
4) Como você encarou a queda do movimento em 84/85, as perseguições da polícia etc?
A queda do Movimento? Meu, isso foi mais do que um "baque" para mim, essa mesma data em 84 para 85 tínhamos perdido vários espaços, o Templo no alto do Pari, um dos principais locais de sons de fitas k7 já havia se fechado, só as bandas estavam resistindo a tudo que estava por vir...a essas alturas varias brigas, perdas fatais, prisões e a mídia caindo em cima taxando todos como subversivos, maloqueiros, sujos e porcos. Isso foi um golpe sujo da Rede Globo, que se aproveitou de alguns punks, para fazer entrevista e colocou todos num barco só, fazendo o movimento despencar afundando todos dentro. E aí sobrou para gente ficar amargando na porta de porões da vida, como o Madame Satã, Napalm, Rose Bombom, Val Improviso e Carbono 14, e um dos ultimos na zona norte Ácido Plastico, que ainda rolava sons punks, mas nos outros que citei era a época dos Darks e Góticos, que as vezes eram confundidos com a gente pelas madugradas à dentro pelo visual de roupas pretas e coturnos que alguns usavam, e assim punks amargavam na frente desses porões, quem tinha conhecimento entrava e colocava uma fita k7 com um ou outro som punk para rolar, me lembro de agitar (pogar) SpeedTwins no Madãme Satã no bairro do bixiga, parecia que "explodiriamos tudo" por alí porque os punks da Cidade (Carolina da Morte) e nosso pessoal que sobrou da Phuneral agitamos como nunca numa dessas madrugadas, mas uma pena porque já não era como antes, e nosso domínio não era mais como um gigante contingente como era antigamente, muita coisa também aconteceu nessa época e como encarei tudo? Eu estava decepcionado com tudo em que eu acreditava, só me restava "parar", e ir para onde? fazer o que? Meu, o movimento punk para mim estava na minha vida, no meu sangue, a queda do movimento para mim foi o pior momento que passei, vi muitos caras pirar mesmo, entrarem em depressão e outros lances mais complicadíssimos nesta época meu amigo.
5) Quando vocês da primeira geração da Phuneral Punk se reuniram nos anos 90, você consegue descrever sua satisfação? Qual principal lembrança e como ocorreu o reencontro? O que você tem a dizer sobre a galera que usou o nome da Phuneral no começo dos anos 2.000?
A Minha satisfação em reunir o meu pessoal? Meu, uma dessas primeiras reuniões foi em casa, o evento foi tão gratificante que em um deles pedi para um amigo filmar, momento histórico, a satisfação de reencontrar aqueles que vivemos varios lances dias e noites, eventos, risos, decepções, perseguições policiais. E cada cara que aparecia no dia que nos reunimos era abraços, risos e no decorrer da noite de cervejas e assando uma carne, filhos correndo pelo quintal e relembrando com risos e emoção os momentos que nos marcaram. Fiquei realmente muito contente, pois eu tive a iniciativa de tudo, parei um dia e pensei: " Vou reunir o Pessoal da Phuneral" e aí meu amigo, corria atrás de um por um (risos).
Um outro evento num desses reencontro também foi na festa do Luizinho Ratinho que fez no Hangar 110 em 2000, fomos nosso pessoal da Phuneral reunidos, os que ainda sobrevivem e aquela noite mais de 20 anos após, foi histórica a cada som que rolava, muito mas muito memorável. Fora isso vimos e participamos de vários eventos de bandas gringas que vieram para cá como Uk Subs, G.B.H, The Lurkers, 999, Stiff Little Fingers, The Rezillos e outras (risos), e os históricos eventos nacionais como "4 bandas e uma história", evento "Rebeldia Incontida" , com Condutores de Cadáver, Restos de Nada, Invasores de Cérebros e Garotos do Subúrbio em 13/11 de 2010 no Hangar 110 e também o Punk na Pascoa com a volta do Olho Seco, e as bandas Cólera, Kaos 64, D.Z.k e Armagedon e outro importante no A.B.C, Brancaleone - A Velha escola do Punk Rock em em 11.06.2011, impagável!!!!
Sobre os "meninos" que usaram o nome da Phuneral no inicio de 2000? (Risos), no início achei cômico, de uma certa forma bem no início pensei, "opa, vão levar adiante nossa entidade, mas não foi isso o que aconteceu, e não era a mesma coisa, tudo foi confundido como uma gangue que teria que aprontar para querer mostrar força. E isso em uma época que não comporta jamais o ganguismo, e toda vez que eu e meu pessoal se reunia, não tivemos o desprazer de encontra-los usando nosso símbolo, nossa marca de tantos anos, que hoje podemos dizer, somos uma familia e não perdemos tempo caçando pessoas na rua, muito menos por causa que usaram nosso nome, isso foi algo que todo pessoal da antiga mesmo disseram, "Phuneral de meninos?Algo ridículo, e o pior que eles aprontavam, e nosso nome corria aos quatro cantos de São Paulo negativamente e ridículamente. Fizemos a história em nossas caminhadas, certos ou errados, participamos do movimento punk de São Paulo do nosso módo e jeito, e de repente você vê pessoas usando algo que é seu, sem mesmo imaginar o que pensávamos e se a gente concordava, parece piada de mal gosto. Mais fácil seria algo a se aplaudir se, criassem algo próprio, isso seria mesmo algo como "Faça Você mesmo", não se aproveitar do que já existe para usar a força ou o peso que um nome contém, essa é minha palavra sobre o nome Phuneral. Digo talvez mil vezes sem me cansar, "somos os sobreviventes da Phuneral" será que é preciso "letras garrafais" para alguém entender o que significa (risos)?
6) Nos conte sobre o livro punk mais aguardado do mov punk de S.P. Quais serão os focos, e qual a previsão de lançamento?
Sobre o livro? Não é uma "Lenda Urbana" com um amigo meu que "pega no meu pé" comentando (Cacá Brasil, risos)
Mas obrigado por dizer que é o mais aguardado (risos)
É a minha trajetória dentro do Movimento Punk de São Paulo, contendo bandas, eventos, gangues, caminhadas, brigas, rinchas, desamores, protestos e principalmente: fotos, depoimentos e frases de alguns daqueles que participaram desde o início até a presente data, é uma honra poder narrar as minhas caminhadas com meu ponto de vista, uma história real dentro do mundo punk de nossas vidas, e mostrando a real importãncia do movimento de protesto mais importante de nossas vidas.
Previsão? Esse ano de 2011 eu fecho ele com certeza, tive vários contratempos e por problemas pessoais tive mesmo que adiá-lo, uma parada obrigatória, mas retomei e estou no término do encaixe das fotos, porque pronto ele está, mas a finalização precisa ser feita com prazer e cuidado mesmo. De resto, tudo ficou complicado para a conclusão, e demorei porque também sem grana não se consegue muita coisa, pra você ver, até a Bruna Surfistinha concluiu um livro de putaria mais rápido que o meu (risos), tudo porque tinha os contatos corretos e portas abertas, e para mim foi complicado amigo, mas estou confeccionando com o que há dentro do meu sangue punk que corre nas veias.
7) Obrigado Paulinho pela ajuda neste retorno de nosso blog, deixe um recado para os leitores.
Posso resumir tudo em duas frases que criei:
" Nunca deixe de lutar por seus ideais, a jornada é dura mas o que se tem dentro das veias é sangue, por isso sempre podemos mostrar que estamos vivos e somos a força!"
"As caminhadas nos fizeram ganhar a experiência que jamais ninguém poderia passar o que passamos, poderia dizer que "não só o auge do movimento como também o auge de um militarismo puro e inconsequente, que mesmo com toda repressão, não conseguiram nos deter, lutamos como podíamos e nossas vozes nunca se calaram e nosso visual agredia a todos que nos rodeavam. Somos hoje o que sempre fomos, os jovens punks, punks da cidade de São Paulo!
(me orgulho disso, está no meu sangue!!)
Obrigado digo eu pelo espaço grande Fábio, espero que nunca desista de seus objetivos.
grande abraço amigo:
Paulinho da Phuneral
1977/ 2999
Os Sobreviventes!! http://phuneralpunkzonasul.blogspot.com/
sexta-feira, 29 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Punkesia - mande uma também
Essa tal de liberdade herdada não me serve de nada..
é tudo uma farça televisionada, mas não desanime não ! pois temos o GRANDIOSO poder de votos em nossas mãos...
aceite este acordo que a séculos foi criado, torne-se mais um escravo assalariado...
NÃO pergunte !
NÃO duvide !
ou será mais um renegado, como todo ser pensante como todo ser libertario
e o mais importante, que todo bom cidadão deve saber, assista o maximo de televisão, compre tudo o que ver...
e se mesmo assim algo lhe faltar... negue ao máximo a a hipótese que estão a te enganar.
Poesia de gustavo
sexta-feira, 8 de abril de 2011
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