quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

2° Edição Anarquistas - Errico Malatesta


O influênciado mais notavel de Bakunin sem duvida foi Malatesta, atravez de sua biografia, conquistas e obras continuaremos essa viagem pela história da Anarquia "Nossa historia".



Errico Malatesta (Santa Maria Capua Vetere, 14 de dezembro de 1853 — Roma, 22 de julho de 1932) foi um teórico e ativista anarquista italiano.


Nasceu em 1853 em uma família abastada do sul da Itália. De fato, os Malatesta dominaram a província de Rimini e, no período de maior expansão, os castelli do norte de San Marino, a província de Pesaro, parte de Ancona, Forlì e Ravenna, entre 1295 e 1528.

Desde muito jovem, Errico adere aos ideais republicanos de Giuseppe Mazzini. Aos catorze anos de idade, protesta contra uma injustiça local, enviando uma carta ao rei Vítor Emanuel II, considerada por Luigi Fabbri como “insolente e ameaçadora”. As autoridades levaram o fato a sério e ordenaram a sua prisão, em 25 de março de 1868. Seu pai conseguiu libertá-lo recorrendo a amigos. Dois anos mais tarde foi novamente preso em Nápoles, por liderar uma manifestação, sendo suspenso por um ano da Universidade de Nápoles, onde estudava medicina.

Em 1871, após a Comuna de Paris abandona as idéias republicanas e adere ao anarquismo, ingressando na Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT (Primeira Internacional) . Nessa época, entusiasmado com a atividade revolucionária, escreveria sobre a Internacional:

Todos entregavam para a propaganda tudo o que podiam, e também o que não podiam, pois quando o dinheiro escasseava, vendiam tranqüilamente os objetos de suas casas, aceitando com resignação as censuras das respectivas famílias. Pela propaganda esquecíamos o trabalho e os estudos! Enfim, a Revolução estava a ponto de eclodir a qualquer momento e consertaria tudo. Alguns acabavam com freqüência na cadeia, todavia, saíam dali com mais energias do que antes: as perseguições não tinham outro efeito senão consolidar nosso entusiasmo. É verdade que as perseguições daquele momento eram fracas comparadas com as que viriam mais tarde. Naquela época, o regime havia saído de uma série de revoluções e as autoridades, rígidas desde o início com os trabalhadores, em particular no campo, mostravam certo respeito pela liberdade na luta política, uma espécie de indisposição parecida com a dos governantes austríacos e a dos Bourbons, que, todavia, se desfez tão rápido quanto se consolidou o regime, e a luta pela independência nacional foi relegada a um segundo plano.

Nessa época, Malatesta se dedica de corpo e alma à Federação Italiana e colabora com Carlo Cafiero em L’Ordine e La Campana de Nápoles, abandonando seus estudos para dedicar os próximos sessenta anos de sua vida à agitação anarquista. Ao longo desse período passou várias vezes pela prisão e lutou não só na Itália como em outros países distantes e tão diferentes entre si quanto a Turquia e a Argentina. Participou também de insurreições na Bélgica, Espanha e Itália.

Em 1872, no Congresso de Saint-Imier, no cantão de Berna, conheceu Bakunin, de quem iria sofrer profunda influência:

... e assim fui para a Suíça com Cafiero. Encontrava-me enfermo, cuspia sangue e tinha em mente a idéia de que estava tuberculoso... Enquanto atravessava à noite o Gotardo (naquela época ainda não havia o túnel, sendo necessário atravessar a montanha coberta de neve em diligência) resfriei-me e cheguei à casa de Zurique, onde vivia Bakunin, tiritando de febre. Depois das primeiras saudações, Bakunin me preparou uma cama e me convidou – ou melhor, me forçou – a deitar-me, cobriu-me com todos os cobertores que pôde encontrar e insistiu para que eu descansasse e dormisse. Tudo isso com um cuidado e uma ternura maternal que me chegaram diretos ao coração. Quando me encontrava envolto nos cobertores e todos pensavam que eu dormia, ouvi Bakunin dizer coisas admiráveis sobre mim e comentava melancolicamente:“É uma pena que tenha ficado tão enfermo, em breve o perderemos; não lhe restam sequer seis meses!”

Entre as influências que determinaram o desenvolvimento de Malatesta, a de Bakunin foi a mais importante. Malatesta se refere a ele como o grande revolucionário, aquele a quem todos nós vemos como nosso pai espiritual. Sua maior qualidade era a capacidade de comunicar fé, desejo de ação e sacrifício a todos aqueles que tinham a oportunidade de encontrá-lo. Costumava dizer que era preciso ter o diabo no corpo, e sem dúvida o tinha em seu corpo e sua mente.

No ano de 1873 eclodem os movimentos insurrecionais preparados por Bakunin e Cafiero. A polícia, advertida, faz fracassar esses movimentos. Malatesta se encontra em Puglia, foge numa carroça de feno, mas é reconhecido, preso e novamente encarcerado na prisão de Trani. No processo, em 1875, a propaganda pela Internacional não cessa e ele é absolvido. Junta-se então a Bakunin e Cafiero na Suíça. Nesse mesmo ano, apesar dos conselhos de Bakunin, parte para a Hungria a fim de participar da insurreição da Herzegovina contra os turcos. É preso e entregue à polícia italiana.

Juntamente com Carlo Cafiero e outros militantes prepara uma insurreição em Letino, província de Caserta, em 1877, que se tornou legendário na luta social italiana. Ele e seus companheiros distribuiram armas para à população e queimaram arquivos públicos, proclamando o socialismo libertário. Malatesta e Cafiero, ainda que sabendo como fugir permaneceram no local e foram presos. A aventura durou doze dias, um policial foi morto, um outro foi ferido. No processo, todos declararam ter disparado contra os policiais, mas o júri os absolveu.

Malatesta volta a Nápoles em 1878 e é constantemente vigiado pela polícia. Gasta sua herança em propaganda. Parte por um tempo para o Egito. Lá, o cônsul italiano o expulsa para Beirute; o de Beirute o envia para Esmirna. A bordo de um navio francês, torna-se amigo do capitão, que o conserva no navio até a Itália. Em Livorno, a polícia quer prendê-lo, mas o capitão se recusa a entregá-lo. Finalmente, Malatesta desce para Marselha e dali vai para Genebra onde ajuda Kropotkin a publicar Le Revolté. Expulso, dirige-se à Romênia, em seguida, à França, em 1879. De novo expulso, vai para a Bélgica, depois para Londres. Fixa-se, enfim, em Londres, onde trabalha como vendedor de sorvetes e bombons, antes de abrir uma nova oficina mecânica.

No Congresso Anarquista de Londres de 1881 defendeu a criação de uma Internacional Anarquista.

Em 1885 exilou-se na Argentina, onde colaborou com os primeiros núcleos anarquistas, desenvolvendo uma ativa propaganda do Anarquismo, publicando o jornal Questione Sociale.

Regressou à Europa em 1889, desta vez indo para França. Mas logo teve de se exilar na Inglaterra.

Em 1913, vai à Itália, encontra-se com Mussolini, diretor do Avanti, importante jornal operário. Ao longo do ano de 1914 dedica-se a acalmar as querelas pessoais entre os anarquistas. Entra em contato com as outras organizações revolucionárias, faz conferências e encoraja os sindicalistas ).

Em Ancona, durante manifestações antimilitaristas das quais Malatesta participava, a polícia dispara e o povo se apodera da cidade. Os sindicatos decretam greve geral. É a “semana vermelha”. Porém, o exército intervém. Mussolini apóia o movimento em palavra, mas nada faz. Malatesta foge não sem declarar: Continuaremos a preparar a revolução libertadora que deverá assegurar a todos a justiça, a liberdade e o bem-estar.

Ainda em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, proclama o Internacionalismo e manifesta-se contra aqueles que defendiam a causa aliada, inclusive seu amigo Kropotkin.

Em 1920, já na Itália, inicia negociações com os socialistas para fazer a revolução. A polícia tenta provocar desordens e assassiná-lo. Apesar dos obstáculos legais, seu jornal Umanità Nova tem uma tiragem inicial de 50.000 exemplares. Malatesta impulsiona a União Sindicalista Italiana (U.S.I.), de influência anarquista. No mesmo ano, em Ancona, eclode uma insurreição e as fábricas são ocupadas. Mas o movimento é traído pelos os social-democratas da C.G.T., que devolvem as fábricas.

Após um encontro anarquista em Bolonha, no qual Malatesta toma a palavra, eclodem incidentes, há vítimas e feridos do lado dos operários e da polícia. Malatesta e a equipe do Umanità Nova são presos. Os protestos se multiplicam, ocorrem atentados fascistas. O fascismo, financiado pela burguesia e ajudado pelo governo, avança. Em contrapartida, Malatesta favorece a formação dos grupos armados.

Em julho de 1922, a greve geral é proclamada pela Aliança do Trabalho - união de diversos sindicatos estimulados por Malatesta. Mas os fascistas dizima pela força. Em seguida, em outubro, acontece a “marcha sobre Roma” e, na praça Cavour, os fascistas queimam um retrato de Malatesta. Umanitá Nova é proibido. Malatesta, aos sessenta e nove anos, retoma sua profissão de eletricista. A polícia o vigia em todos os seus movimentos.

Em 1924, surge a revista Pensiero e Volontà. O fascismo, no seu início, permite a liberdade de imprensa, mas a censura se faz cada vez mais severa até a proibição da revista em 1926. A oficina de Malatesta é destruída pelos fascistas e ele é obrigado a sobreviver com a ajuda dos camaradas, assim como de sua companheira, Elena Mulli e a filha desta última, Gemma.

Malatesta passou os últimos anos de sua vida na Itália e, durante o regime fascista, correspondeu-se com Makhno e criticou duramente a Plataforma Organizacional dos Comunistas Libertários. Foi mantido em prisão domiciliar, morrendo em 22 de julho de 1932. Tal era o medo que inspirava às autoridades da época que, ao morrer, seu corpo foi jogado em uma vala anônima, para impedir que seu túmulo se transforma-se em um símbolo e ponto de partida para as agitações dos dissidentes.

to be continued... ^^

Zines 2° Sarjeta

Esses são Craaassico... Muito louco.



terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Zines Excomungados e Sarjeta. 1° Porra!! da letra dos Excomungados

Restaurei alguns zines que robei do album do Fábião e vou postalos ^^ 1°

ZinEX Porra








logo logo tem + xD

OK Doutor,Texto muito bom do poeta das ruas,escritor, maluco e grande amigo Maurício Marques

OK Doutor, o Senhor venceu... Mas, a Utopia se Realizará, sim.

Ok Doutor, você venceu. A utopia não se realizará.

Dou-me por vencido...Que força teria qualquer argumento meu diante da prova cabal e fulminante que vossa senhoria me apresenta, o dicionário aberto na página onde a palavra utopia encontra-se grafada. Utopia, projeto irrealizável, fantasia, quimera, etc.


Sim, doutor, eu estava enganado quando afirmei acreditar na realização da Utopia.

Como fui tolo e incoerente em acreditar que algo intangível e inatingível possa ser alcançado.

Parabéns, doutor! Como um advogado, o senhor abriu o dicionário, como se este fosse a carta magna e brilhantemente impetrou um mandado de segurança contra a instauração da Utopia.

Provando que morfologicamente a etimologia contraria a dialética, conferindo à Utopia um caráter totalmente inconstitucional.


Eu até pensei que poderia convencê-lo ao citar Aldous Huxley em seu comentário sobre o Admirável Mundo Novo, quando ele diz que “O medo da humanidade é que as Utopias se realizam”.

É claro que se Aldous conversasse com vossa senhoria, teria que rever o seu conceito e até mesmo que se retratar por ter dado à palavra utopia um sentido representativo da soma dos anseios e aspirações individuais. A ampliação para o coletivo dos ideais mais românticos e menos egoístas.

A vontade e motivação maior da alma humana, resplandecida e verbalizada em um som, inaudível àqueles que insistem em tapar os ouvidos, mas, ecoando num canto de chamamento, convidando à felicidade todos os povos, reunindo-os em uma única nação; Onde tremula desfraldada no horizonte a bandeira da paz e do amor maior; epa, desculpe-me, doutor, mas acho que agora viajei um pouquinho além,...Mas, buscando expressar-me de uma maneira mais racional, conforme vossa senhoria deve preferir; aquilo que Carl Jung denominou como “Inconsciente Coletivo”.

Ok, doutor, o senhor venceu, a Utopia não se realizará, porque, se ousar contrariar a gramática, será condenada a desaparecer das mentes e espíritos ao desintegrar, fragmentando-se e incorporando-se ao mundo que chamamos realidade. Assim como os nossos sonhos que deixam de ser sonhos quando se realizam; aquilo que um dia foi considerado utópico, como as viagens espaciais, a comunicação à distância, o computador, a clonagem, enfim, isso e muito mais, hoje em dia não passam de simples questões tecnológicas. Nem ao menos realismo fantástico pode ser considerado.

Pois é, doutor, mas o senhor jamais se deixaria convencer por balelas, quimeras sofismáticas, não é mesmo, doutor?

Ok, doutor, mas, por favor, permita-me ao menos em consideração à bravura com a qual debati defendendo a utopia (que não existe), continuar vibrando e conspirando favoravelmente pela realização dos ideais mais altruístas dos homens, pelo menos os de boa vontade.

O desejo de um mundo novo alicerçado nos mais nobres valores de justiça e liberdade. Um mundo onde a exploração do homem pelo homem não ocorra, simplesmente por este ser um comportamento desumano.

Onde todos, sem distinção, são iguais em direitos e oportunidades e o valor individual avaliado apenas pela maior ou menor capacidade para servir (independente da conta bancária). Um lugar onde as leis pudessem ser traduzidas em simples recomendações, como: O respeito à natureza e tudo que exista nela em especial o respeito próprio e ao semelhante. Um lugar onde as competições tenham como único objetivo á auto-superação física, mental, artística, cultural e produtiva.

Uma terra onde todos os seus pomares, suas roças, seus mananciais e riquezas sejam comuns a todos.

Bem, doutor, ainda me resta o consolo da promessa da terra prometida habitada por seres verdadeiramente humanos.

É, doutor, o senhor pode até dizer que sou um sonhador, mas vai se preparando..., Porque como disse John Lennon, eu já não sou o único...

Ok, doutor, mas pensando melhor, vá à merda com seus falsos valores e com a sua falsa descrença no potencial humano de se autogovernar.

Vá à merda com aquela sua falsa idéia de que o homem só funciona sendo submetido, e que alguns nasceram para serem senhores, enquanto a maioria quase absoluta nasceu para ser escravo...

Caro doutor. é perfeitamente compreensível a sua postura. Vossa Senhoria defende os seus falsos valores, numa tentativa inútil de neles acreditar. E assim justificar sua condição de homem rico, sem nenhuma contrapartida produtiva. Em um país, onde aqueles que têm trabalho; trabalham tanto por tão pouco, imagino o sentimento de culpa que carregam aqueles que possuem tanto sem nada produzir, culpa esta, a responsável pelas neuroses dos teomânicos burgueses.

Ainda mais no seu caso, que o dinheiro foi herança do pai, um político, que fez em sua vida pública o que todos nós fazemos melhor na privada, e cujos vencimentos recebidos, nem de longe justificaria a fortuna que acumulou e lhe deixou, deixando também o legado de sua má índole e neuroses egocêntricas.

Assim sendo, doutor, os sonhos de justiça dos oprimidos e vítimas da exploração, são também, os pesadelos dos opressores e exploradores que sempre encontrarão dispositivos legais ou não, valendo-se até mesmo do dicionário, se for preciso, para impedir a Utopia.

Doutor, pra você, melhor nem pensar que o equilíbrio individual implica equilíbrio coletivo e que o equilíbrio coletivo é reflexo do equilíbrio individual, porque isso implicaria responsabilidades, não é mesmo doutor?

Ok, você venceu, mas a Utopia se realizará, sim! E se o senhor seu avô fosse estéril ou simplesmente tivesse sido castrado antes de procriar, com toda a certeza, ela estaria um pouco mais próxima!



Mauricio Carvalho Marques em "Barco de Ilusões".

www.poetamauriciomarques.com


Maurício Marques, autor do Romance

"O Leão Sol e a Abelha Lua de Mel".