terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fábio Sarjeta entrevista Menstruação Anárquica


1 – Quando e como começou a banda? E a estréia de vocês, a história dos carecas e tal rsrsrsr.
Edwiges - A banda começou no fim de 92, eu e as meninas freqüentávamos os ensaios do DZK, e surgiu a vontade de tocar de produzir algo também, a gente era ruim pra cacete, cada uma tocava uma musica diferente ao mesmo tempo kkkkk. Daí Makarrão sem juízo nenhum fala “já marquei a estréia de vocês, vão tocar em Ferraz de Vasconcelos”, “vocês fazem assim, tocam as três musicas depois repetem” (a idéia) e a gente “ta bom, vamo ai”. Quando começamos a tocar não sei que raios da onde saíram, o som foi invadido pelos carecas, quando terminamos e conseguimos olhar pra galera que a gente tava tão nervosa que nem via ninguém, os Punks tinham sumidos tava só a gente e os caras do DZK e os carecas com taco de beisebol, corrente, até um cachorro na parada, da pra acreditar! E os caras falavam “Toca ai, vai parar só porque a gente chegou”. Nós “não, já acabou as musicas, só temos três” e os caras “Mentira é por causa da gente, a gente não vai zuar o som não” e nós “Ah não tem mais musica, acabou, a gente só sabe estas Tchau Tchau”. O pior é que era verdade, mas quem ia acreditar naquela situação né !!!!

2 – Qual a importância que você vê na coletânea Sp Punk para a banda e para a cena em geral dos anos 90?
Makarrão -
Muito importante. Porque os Punks que ainda resistiam, estavam cada um sem produzir nada, e a partir daí teve uma união entre os Punks do ABC e cidade que antes pareciam cão e gato. Começarão a surgir novas bandas que tão ai até hoje e isso só
fortaleceu, unidos somos muito mais fortes e capazes de realizar muitas coisas que não deixa o Punk morrer até hoje.
Edwiges - Para nós o SP punk foi um marco na década de 90, o movimento parece ter ganhado vida nova e a repercussão foi grande em cima desse Cd, nos ficamos muito honrados em poder participar desta compilação Histórica para o Punk Rock Tupiniquim.

3 – Qual a importância do festival “O fim do mundo”? Quais as maiores lembranças deste histórico festival?
Edwiges -
Nunca vi algo tão grandioso realizado pelos Punks para os Punks, muitas bandas que não tocavam mais voltaram à ativa, 60 bandas e oito dias de muito Punk Rock, exposição de materiais e vídeos, ali foi contada a história do que aconteceu em 20 anos, mostrando a força do faça você mesmo todos somos capazes.

4 – Imagino que vocês devem achar um saco, ou melhor, uma TPM... Mas qual a ligação da banda com o ideal feminista? E o que acha de pessoas que se dizem feministas, mas na verdade são femistas?
Edwiges -
O que penso sobre isso é que não somos uma banda de uma causa só, somos punks, onde queremos a igualdade para todos, independente de raça, credo, opção sexual ou nível social, queremos que todos possam viver bem, mas, porém, nossas riquezas são mal divididas, algum tem tanto que podem viver 500 anos e não conseguiram gastar tudo, enquanto outros nem sabe se iram comer no dia seguinte, isso é o que mais nós incomodamos.
Makarrão - Feminismo não é uma idéia errada, esta muito certa, mas já faz parte do ideal punk, algumas bandas se engajam e são muito radicais e acabam indo contra a liberdade dos outros e descriminando, não somos sectaristas e temos que conviver com pessoas certas, sejam homens ou mulheres.

5 – Quais os materiais que vocês têm lançado oficialmente? E o que esperam da gravação que esta programada para esta semana?
Edwiges -
Pois é, temos pouca coisa pra tanto tempo de banda, tivemos muita dificuldade em manter uma formação sólida e a falta de grana também ajudou, temos dois na coletânea SP punk e cinco no Pragas do Arrabaldes, estamos terminando a gravação do 1º Cd nesta semana e até Março de 2010, deve ter lançado.

6 – Edwiges, sua comida predileta é Macarrão?
Edwiges -
Kakakakaka ah, eu adoro todos os Makarrões, seja eles com “k” ou alho e óleo Bololhessa, kkkkk

7 – Galera é uma grande satisfação ser companheiro de cena com vocês. Obrigado pela atenção, vocês são foda! Para terminar deixe um recado para os leitores da sub punk.
Edwiges -
A todos, que nunca abaixe a cabeça, sigam em frente com o propósito de liberdade, igualdade, sempre contestando o errado e caminhando pelo certo, e sempre faça você mesmo!